sábado, 20 de setembro de 2014

silêncios

-
quero esquecer os silêncios das folhas de inverno, em tarde de Outono dos dias perfeitos.
deveria ser proibido haver falhas em dias perfeitos - pensou ela
-
quando o silêncio interrompeu o barulho, as folhas voaram.
em cada passo voava uma folha, com se de um livro fosse arrancada.
os barcos, inertes, não acreditavam no que viam e a água também ficou calada.
três mil quinhentos e noventa se sete passos, desde que o silêncio interrompeu o barulho.
o silêncio não pensa na falta de tempo.
o silêncio nunca pensa na falta de tempo, tem todos os livros que quer para arrancar as folhas, claro.
alheio, o sol bate nas costas.
-
o corpo inchado, caminha.
ainda tentou agarrar o instante daquela noite de inverno, naquele sitio.
mas o instante voou.
agora só havia o silêncio.
-
- agora acabo de gostar menos de ti, disse ele