sexta-feira, 12 de setembro de 2014

incongruências

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que seria de mim sem a laurindinha?
bom, quando ela e o marido decidiram mudar de vida, tentando a sorte com a abertura de um café, optei por levar a roupa para a lavandaria, onde era engomada ao peso. para as limpezas optara por uma empregada à qual nunca dei a chave de casa.
o negócio do café correu mal e a laurindinha voltou para a sua patroa preferida, dizia ela, tendo sido aceite com agrado.
é certo que já faz parte da mobília mas, em dias como o de hoje, estando ambas em casa, continuo a sentir-me uma estrangeira ameaçada com uma brigada-de-fronteira escorraçando-me de um território que julgo meu, com o frenesim daquele aparelho que sorve todas as partículas do chão.
chego a temer que me expulse de casa e fico em dúvida se é até com algum gozo que me faz saltitar de divisão para divisão.

no final, além de lhe pagar, ainda digo até amanhã.

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