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O estalo soou no ar. Fez até eco na sala meio despida.
Mais uma vez a culpa era dela. Implicativa. Imbecil. Andava ele a trabalhar nas obras o dia todo para chegar a casa e o comer ser aquilo: massa com massa, sim, porque de carne…só com uns binóculos conseguiria enxergar. Ainda por cima odiava massa.
Metia-lhe até nojo quando na hora do meio-dia via o comer do Quim. Era quase sempre massa com feijão e chouriço. Cheirava que consolava, mas dava-lhe um asco a massa.
Sempre dera preferência às batatas e a tudo que viesse da terra, Não havia melhor iguaria que batatas com couves, nabos e cebola, acompanhadas com um naco de toucinho e regado com azeite de lavrador.
A besta da mulher cismava que havia de variar.
- Olha lá, para que queres tu 10 euros? – disse a meio do comer – para ires para o café?
Olhava-a de alto a baixo. Analisava-a minuciosamente na expectativa de lhe ler a alma.
De certeza que tinha um amante. Claro, era óbvio. Se assim não fosse para que precisava ela de arranjar as unhas e as sobrancelhas? Ao Domingo à tarde não fazia outra coisa, era vê-la de lima e de pinça na mão, sentada na soleira da porta com as vizinhas. Já para não falar na gillette dele que estava sempre gasta. Era ela que andava a rapar os pelos das pernas.
- Rapas os pelos para quê? Hã?! Eu gosto disso assim, ao natural. – mas ela não respondia e eliminava-os as escondidas quando ia tomar banho. Devia ser para agradar ao amante.
Ao sábado no tasco do Tito, sempre depois da meia noite, ele punha a passar filmes X. Aquilo é que eram mulheres.
Babava-se só de pensar que já era noite de sexta-feira. Amanhã lá estaria. Se ela lhe perguntasse onde vais…zás! voavam logo os óculos, que era para ela aprender.
O hálito tresandava a álcool, e pé ante pé foi para a cama.
Às escuras sentiu a mulher e satisfez-se. Só assim se tocavam.
Depois adormeceu a pensar que tinha que mudar de gillette.
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O estalo soou no ar. Fez até eco na sala meio despida.
Mais uma vez a culpa era dela. Implicativa. Imbecil. Andava ele a trabalhar nas obras o dia todo para chegar a casa e o comer ser aquilo: massa com massa, sim, porque de carne…só com uns binóculos conseguiria enxergar. Ainda por cima odiava massa.
Metia-lhe até nojo quando na hora do meio-dia via o comer do Quim. Era quase sempre massa com feijão e chouriço. Cheirava que consolava, mas dava-lhe um asco a massa.
Sempre dera preferência às batatas e a tudo que viesse da terra, Não havia melhor iguaria que batatas com couves, nabos e cebola, acompanhadas com um naco de toucinho e regado com azeite de lavrador.
A besta da mulher cismava que havia de variar.
- Olha lá, para que queres tu 10 euros? – disse a meio do comer – para ires para o café?
Olhava-a de alto a baixo. Analisava-a minuciosamente na expectativa de lhe ler a alma.
De certeza que tinha um amante. Claro, era óbvio. Se assim não fosse para que precisava ela de arranjar as unhas e as sobrancelhas? Ao Domingo à tarde não fazia outra coisa, era vê-la de lima e de pinça na mão, sentada na soleira da porta com as vizinhas. Já para não falar na gillette dele que estava sempre gasta. Era ela que andava a rapar os pelos das pernas.
- Rapas os pelos para quê? Hã?! Eu gosto disso assim, ao natural. – mas ela não respondia e eliminava-os as escondidas quando ia tomar banho. Devia ser para agradar ao amante.
Ao sábado no tasco do Tito, sempre depois da meia noite, ele punha a passar filmes X. Aquilo é que eram mulheres.
Babava-se só de pensar que já era noite de sexta-feira. Amanhã lá estaria. Se ela lhe perguntasse onde vais…zás! voavam logo os óculos, que era para ela aprender.
O hálito tresandava a álcool, e pé ante pé foi para a cama.
Às escuras sentiu a mulher e satisfez-se. Só assim se tocavam.
Depois adormeceu a pensar que tinha que mudar de gillette.
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